Melissa Gava Armelini
From Laboratório de Reparo de DNA
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- | Em todos os organismos vivos, o DNA está continuamente exposto a agentes que causam danos à sua estrutura e um desses agentes é a luz solar. A luz ultravioleta do sol gera principalmente dois tipos de lesões, os CPDs e os 6-4PPs. Essas lesões causam grandes distorções na dupla hélice de DNA e são reparadas por um mecanismo denominado NER. A proteína XPA está envolvida nos passos iniciais do NER e atua no reparo de genes transcritos e também nos genes não-transcritos. Mutações no gene XPA causam uma doença hereditária conhecida como Xeroderma Pigmentosum (XP). Esses pacientes apresentam alto nível de fotossensibilidade à luz solar nas regiões expostas do corpo resultando no desenvolvimento de câncer de pele em uma taxa 1000 vezes maior do que indivíduos normais. Um bom modelo para estudar a síndrome humana XP são os camundongos nocaute XPA. Eles também desenvolvem câncer de pele após exposição à luz UV em altas taxas, mimetizando o fenótipo humano. Não existe tratamento efetivo para os pacientes XP, sendo que evitar completamente a luz ainda é a prevenção mais eficaz contra o aparecimento de câncer de pele nesses pacientes. Tal fato faz com que essas crianças sejam conhecidas como crianças da lua, pois precisam adaptar suas vidas ao ambiente noturno e dessa forma não tem uma vida social normal. Baseados nisso, durante o doutorado, desenvolvemos vetores recombinantes adeno-associado (rAAV) portando o gene XPA fusionado com o gene repórter EGFP com o intuito de desenvolver protocolos de terapia gênica para os pacientes XP. Em experimentos preliminares, os camundongos nocaute XPA -/-, infectados com esse vetor e posteriormente irradiados, mostraram uma recuperação da pele mais rápida do que aqueles animais sem tratamento quando observados macroscopicamente. Durante o pós-doutorado, propomos confirmar esses dados iniciais e verificar a durabilidade da expressão do transgene após injeção subcutânea e também a verificar se existe alguma resposta imunológica após reaplicação do vetor de diferente sorotipo. Com isso verificaremos, in vivo, a viabilidade da utilização dos vetores AAV para terapia gênica em pacientes XP e consequentemente a utilização desses mesmos vetores em outras doenças de pele. | + | Em todos os organismos vivos, o DNA está continuamente exposto a agentes que causam danos à sua estrutura e um desses agentes é a luz solar. A luz ultravioleta do sol gera principalmente dois tipos de lesões, os CPDs e os 6-4PPs. Essas lesões causam grandes distorções na dupla hélice de DNA e são reparadas por um mecanismo denominado NER. A proteína XPA está envolvida nos passos iniciais do NER e atua no reparo de genes transcritos e também nos genes não-transcritos. Mutações no gene XPA causam uma doença hereditária conhecida como Xeroderma Pigmentosum (XP). Esses pacientes apresentam alto nível de fotossensibilidade à luz solar nas regiões expostas do corpo resultando no desenvolvimento de câncer de pele em uma taxa 1000 vezes maior do que indivíduos normais. Um bom modelo para estudar a síndrome humana XP são os camundongos nocaute XPA. Eles também desenvolvem câncer de pele após exposição à luz UV em altas taxas, mimetizando o fenótipo humano. Não existe tratamento efetivo para os pacientes XP, sendo que evitar completamente a luz ainda é a prevenção mais eficaz contra o aparecimento de câncer de pele nesses pacientes. Tal fato faz com que essas crianças sejam conhecidas como crianças da lua, pois precisam adaptar suas vidas ao ambiente noturno e dessa forma não tem uma vida social normal. Baseados nisso, durante o doutorado, desenvolvemos vetores recombinantes adeno-associado (rAAV) portando o gene XPA fusionado com o gene repórter EGFP com o intuito de desenvolver protocolos de terapia gênica para os pacientes XP. Em experimentos preliminares, os camundongos nocaute XPA -/-, infectados com esse vetor e posteriormente irradiados, mostraram uma recuperação da pele mais rápida do que aqueles animais sem tratamento quando observados macroscopicamente. Durante o pós-doutorado, propomos confirmar esses dados iniciais e verificar a durabilidade da expressão do transgene após injeção subcutânea e também a verificar se existe alguma resposta imunológica após reaplicação do vetor de diferente sorotipo. Com isso verificaremos, in vivo, a viabilidade da utilização dos vetores AAV para terapia gênica em pacientes XP e consequentemente a utilização desses mesmos vetores em outras doenças de pele. |
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