Tinham uma frase gloriosa:

 

  

“NAVEGAR É PRECISO”: viver não é preciso.”

Quero para mim o espírito desta frase, transformado para a casar com o que eu sou:

Viver não é necessário:

o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.

Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça

 

 

Fernando Pessoa

Nota publicada pela primeira vez na primeira edição do volume

Fernando Pessoa – Obra Poética, volume único

Companhia Aguilar Editora, 1965

Tfs-LFT

 

   

 

Tinham uma frase gloriosa:

 

  

“NAVEGAR É PRECISO”: viver não é preciso.”

Quero para mim o espírito desta frase, transformado para a casar com o que eu sou:

Viver não é necessário:

o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.

Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça

 

 

Fernando Pessoa

Nota publicada pela primeira vez na primeira edição do volume

Fernando Pessoa – Obra Poética, volume único

Companhia Aguilar Editora, 1965

Tfs-LFT

 

 

  

             

Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.

Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...

Nunca perseguí la gloria.
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...


 

 

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Antonio Machado y Ruiz

(1875-1939)

          

  

 

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Última Atualização 31/08/2006