LABORATÓRIO DE EMBRIOLOGIA MOLECULAR DE VERTEBRADOS

Morfogênese do cristalino

Projeto FAPESP 11/01575-1

O cristalino é uma estrutura biconvexa, maciça e transparente que está situado na porção distal do olho. Embriologicamente, ele se origina do ectoderme superposto à vesícula óptica evaginada do tubo neural (Lovicu e McAvoy, 2005). Inicialmente, o espaço entre o tubo neural e o ectoderme na área correspondente ao futuro cristalino é preenchido por células mesenquimais. Com a evaginação da vesícula óptica, esta desloca as células mesenquimais e entra em íntimo contato com o ectoderme. Neste estágio, o ectoderme que recobre a vesícula óptica (chamado de ectoderme pré-placóide) é um epitélio simples, formado por células cúbicas, morfologicamente indistinto do ectoderme circundante a não ser por recobrir a vesícula óptica. Este estágio será denominado de ectoderma pré-placoidal neste projeto.
Após contato com a vesícula óptica e sob o efeito indutivo desta, as células precursoras do ectoderme pré-placóide alongam-se no sentido basal-apical e formam o placóide do cristalino (Fig.1). Desta forma, as células que anteriormente eram cúbicas se tornam prismáticas e formam um tecido pseudo-estratificado chamado de placóide do cristalino. Neste estágio, o cristalino torna-se morfologicamente diferenciado do ectoderme circundante .

Dados anteriores do nosso laboratório mostram que filamentos de actina/miosina estão presentes de modo homogêneo ao longo do eixo apico-basal das células do ectoderme pré-cristalino e com a formação do placóide, estas células acumulam actina/miosina na porção apical. Para que filamentos de actina/miosina possam se concentrar na porção apical do cristalino durante a transição ectoderme/placóide, portanto, as células do ectoderme pré-cristalino devem interpretar corretamente a sinalização que define os pólos basal e apical.

Neste projeto, estamos interessados em verificar a contribuição do complexo proteico PAR na definição do pólo basal e apical do placódio durante a transição de ectoderma pré-placoide para  placóide do cristalino.

Em linhas gerais, iremos caracterizar a dinâmica de localização subcelular de possíveis componentes do complexo apical no placóide e também superexpressar ou diminuir a expressão destes.
Especificamente, iremos enfocar os seguintes aspectos :


PAR-3
1) A dinâmica de expressão de PAR-3 no ectoderma cúbico pré-cristalino e no placóide e se esta presença é necessária para a definição apico-basal.

Shroom3
2) O papel de Shroom3 e seus domínios no acúmulo de actina apical.
3) A hierarquia de sinalização entre PAR-3, Shroom3 e ROCK na polarização apical do placóide.

PAR-6 e Cdc42
4) A dinâmica de expressão de PAR-6 e a função de seus domínios no acúmulo de actina apical e manutenção do complexo PAR.

5) A dinâmica de expressão da GTPase Cdc42 e o seu papel na polarização apico-basal do placóide.

 

Para isto, utilizaremos das seguintes técnicas:

Tratamentos Farmacológicos in ovo

Injeção de anticorpos anti-elementos da matriz extracelular in ovo

Superexpressão gênica por eletroporação in ovo

Captura de imagen em microscopia confocal 2-D, 3-D e 4-D

 

 

 

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